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Como fazer teste de normalidade no SPSS (Kolmogorov-Smirnov e Shapiro-Wilk)

Escrito por Erick Faria · 4 min. >
teste de normalidade no SPSS

Neste post, vamos explicar como realizar o teste de normalidade no SPSS, utilizando os métodos de Kolmogorov-Smirnov e Shapiro-Wilk. Testar a normalidade dos dados é um passo crucial em muitas análises estatísticas, pois muitos testes paramétricos assumem que os dados seguem uma distribuição normal. Este tutorial fornecerá um guia passo a passo para ajudá-lo a executar e interpretar o teste de normalidade no SPSS de forma eficaz.

O que é o teste de normalidade ?

O teste de normalidade no SPSS é utilizado para verificar se um conjunto de dados segue uma distribuição normal. Os testes de Kolmogorov-Smirnov e Shapiro-Wilk são métodos estatísticos que comparam a distribuição dos dados com uma distribuição normal teórica. Se os dados não forem normalmente distribuídos, pode ser necessário utilizar testes estatísticos não paramétricos ou transformar os dados.

Por que testar a normalidade dos dados?

Antes de executar testes estatísticos como ANOVA ou regressão linear, é importante verificar se os dados atendem às pressuposições desses testes. Uma das principais pressuposições é a normalidade dos resíduos ou das variáveis envolvidas. Realizar o teste de normalidade no SPSS ajuda a garantir a validade dos resultados e a evitar conclusões errôneas.

Passo a passo: Como fazer o teste de normalidade no SPSS

1. Abrir o conjunto de dados

  • Abra o SPSS e carregue o arquivo de dados que contém a variável que você deseja testar.
  • Certifique-se de que os dados estão corretamente inseridos e não há valores ausentes significativos. Para saber como lidar com valores ausentes, consulte nosso post sobre Como Tratar Valores Ausentes no SPSS.

2. Acessar a função de teste de normalidade

  • No menu principal, vá em Analyze > Descriptive Statistics > Explore.

3. Selecionar a variável para o teste

  • Na janela que se abre:
  • Mova a variável que você deseja testar para o campo Dependent List.
  • Opcionalmente, você pode inserir uma variável categórica no campo Factor List se quiser testar a normalidade em diferentes grupos.

4. Configurar as opções do teste

  • Clique no botão Plots.
  • Em Descriptive, marque a opção Normality plots with tests.
  • Opcionalmente, você pode selecionar Histogram para visualizar a distribuição dos dados.
  • Clique em Continue para retornar à janela principal.

5. Executar o teste de normalidade no SPSS

  • Clique em OK para executar a análise.
  • Os resultados serão exibidos na janela de Output.

Interpretando os resultados do teste de normalidade no SPSS

Após executar o teste, o SPSS fornecerá várias informações. Vamos focar nas principais tabelas para interpretação.

1. Tabela de Estatísticas de Teste de Normalidade

Esta tabela apresenta os resultados dos testes de Kolmogorov-Smirnov e Shapiro-Wilk.

  • Kolmogorov-Smirnov:
  • Statistic: Estatística do teste.
  • df: Graus de liberdade.
  • Sig.: Valor de significância (p-valor).
  • Shapiro-Wilk:
  • Statistic: Estatística do teste.
  • df: Graus de liberdade.
  • Sig.: Valor de significância (p-valor).

Interpretação:

  • Hipótese Nula (H0): Os dados seguem uma distribuição normal.
  • Hipótese Alternativa (H1): Os dados não seguem uma distribuição normal.
  • Se o valor de Sig. for menor que 0,05, rejeitamos a hipótese nula, indicando que os dados não são normalmente distribuídos.
  • Se o valor de Sig. for maior que 0,05, não rejeitamos a hipótese nula, sugerindo que os dados seguem uma distribuição normal.

Exemplo:

  • Kolmogorov-Smirnov Sig.: 0,200 (p > 0,05)
  • Shapiro-Wilk Sig.: 0,061 (p > 0,05)
  • Conclusão: Não há evidências para rejeitar a normalidade dos dados.

2. Gráficos de Normalidade

O SPSS também gera gráficos que ajudam a visualizar a distribuição dos dados.

  • Histograma: Mostra a frequência dos dados e a curva de distribuição normal sobreposta.
  • Normal Q-Q Plot: Gráfico que compara os quantis observados com os quantis esperados de uma distribuição normal.

Interpretação:

  • No histograma, verifique se a forma da distribuição se assemelha a uma curva normal.
  • No Normal Q-Q Plot, os pontos devem se aproximar da linha diagonal. Desvios significativos sugerem não normalidade.

Dicas ao interpretar o teste de normalidade no SPSS

  • Tamanho da amostra: Em amostras grandes, é comum obter valores de Sig. significativos mesmo para pequenas desvios da normalidade. Considere também a análise gráfica.
  • Análise gráfica: Os testes estatísticos devem ser complementados com a inspeção visual dos gráficos.
  • Testes adicionais: Se os dados não forem normais, considere transformações logarítmicas ou utilizar testes não paramétricos.

O que fazer se os dados não forem normais?

Se o teste de normalidade no SPSS indicar que os dados não são normalmente distribuídos:

  • Transformar os dados: Aplicar transformações matemáticas, como logaritmo, raiz quadrada ou inversa, para aproximar a distribuição à normal.
  • Utilizar testes não paramétricos: Optar por testes estatísticos que não assumem normalidade, como o teste de Mann-Whitney ou Kruskal-Wallis.
  • Avaliar a influência de outliers: Outliers podem afetar a normalidade. Considere identificá-los e decidir se é apropriado removê-los ou ajustar os dados.

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Conclusão

Realizar o teste de normalidade no SPSS é um passo fundamental em análises estatísticas que requerem a pressuposição de normalidade. Os testes de Kolmogorov-Smirnov e Shapiro-Wilk fornecem ferramentas robustas para avaliar se os dados seguem uma distribuição normal. Este tutorial apresentou um guia detalhado para executar e interpretar esses testes no SPSS, ajudando a garantir a validade dos resultados estatísticos.

Lembre-se de que a normalidade é apenas uma das pressuposições a serem verificadas. É importante também considerar a homogeneidade de variâncias, independência das observações e linearidade, dependendo do teste estatístico que você pretende utilizar. A prática contínua e o aprofundamento teórico contribuirão para aprimorar suas habilidades em análise estatística.

Escrito por Erick Faria
Engenheiro de Dados com Ph.D. em Geografia e experiência em análise espacial e geoprocessamento. Expertise em processamento de grandes volumes de dados geoespaciais, imagens de satélite e dados de mercado, utilizando ferramentas como Spark, Databricks e Google Earth Engine. Experiência em projetos de mercado de carbono, modelos preditivos para investimentos agrícolas e liderança de projetos de dados em saúde pública. Habilidades em Python, R, SQL e diversas ferramentas de engenharia de dados. Profile